quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nunca vamos esquecer esta "vergonha" dita por Boris Casoy.

Por Tautê Frederico.

Visualizando o site do yahoo, que diga-se de passagem trás para nós grandes pérolas recorrentemente, lembrei-me em razão de uma manchete, da inacreditável gafe cometida por Boris Casoy, o paladino da verdade, que sempre esta de plantão para afirmar que "isto é uma vergonha".
No final do ano de 2009, o renomado cometeu talvez a pior gafe de sua vida, tal como fez no passado o ministro do então presidente Itamar Franco, Rubens Recupero. Ambos se ferraram pela mesma falta de cuidado, por confiar nas "paredes" e olvidar que elas têm “ouvidos”. No caso em questão, Boris esqueceu que as câmeras mesmo que teoricamente desligadas podem gravar e transmitir áudios, assim metaforicamente também possuem ouvidos aguçados.
A partir disso pudemos conhecer um pouco mais da mentalidade elitista e preconceituosa do âncora, que se referiu de maneira totalmente desdenhosa e desrespeitosa em relação aos garis de São Paulo, mostrando todo seu ranço em relação às classes que estão na base e sustentam esta estrutura na qual ele esta montado. O "paladino da moralidade" deixou vazar as seguintes fraseologias, “que merda... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho...".
Bem lembrarei a Boris que no Brasil as emissoras de televisão funcionam por meio de concessão pública, ou seja, uma permissão do estado para utilizarem estes meios de comunicação audiovisuais. Este serviço deveria estar voltado ao bem estar da coletividade, inclusive destes trabalhadores que foram menosprezados por seus comentários. Concessão pública que esta associada a dinheiro público que por conseqüência deveria estar correlacionada com interesses públicos.
Quem sabe este episódio serviu para mostrar quem são os lobos travestidos em pele de cordeiro em nossos meios de comunicação, não me espantaria saber que este entendimento é partilhado por outras personalidades do telejornalismo brasileiro.

http://br.retrospectiva.yahoo.com/2010/br_vergonha#1a-gafe-de-boris-casoy

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A vida imita a arte, ou a arte imita a vida?

Parece-me que o filme Tropa de Elite 2, conseguiu colocar de maneira bastante similar a realidade, o contexto hoje e de há muito tempo vivido pela sociedade carioca. Policia, milícias, traficantes e a população acossada em meio a este cenário dantesco.
Perseveremos em crer, que de fato há uma reação verdadeira dos poderes públicos, no sentido de sanar essas máculas para o estado do Rio e para o Brasil.

Tautê Frederico.

Milicianos da Baixada Fluminense vendiam armas para traficantes do Alemão

Escutas telefônicas revelam que milicianos da Baixada Fluminense negociavam a venda de armas para os traficantes do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. A Operação Capa Preta, da Polícia Civil, prendeu pelo menos 20 pessoas, entre elas nove policiais militares e dois vereadores de Duque de Caxias. Estão sendo cumpridos 34 mandados de prisão e 54 de busca. Entre os procurados estão 13 policiais militares na ativa e cinco ex-PMs. Uma central clandestina de TV a cabo foi descoberta durante a operação.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Raça, Racismo, Ações Afirmativas e as Falácias construídas sobre estes conceitos.

      Por Tautê Frederico 
 Creio que nos dias atuais estamos passando por grandes transformações sociais em diversos aspectos das construções mentais e conceitos antigos, mantidos e sustentados pelas sociedades ao longo de seu desenvolvimento. Durante muito tempo o conceito de raça foi um dos constructos socais errôneos, mais defendidos e utilizados nos mais variados segmentos sociais. A ciência em mais uma mirabolante, mas indiscutivelmente importante descoberta anuncia que o conceito de raça esta ultrapassado e deve ser relegado ao ostracismo.
        Alguns espertalhões de plantão, valendo-se desta novidade e interpretando-a de forma totalmente enviesada, aproveitam para tentar de maneira leviana desconstruir teórica e socialmente o conceito de raça e por conseqüência de racismo em nossa sociedade. Tendo como escopo deslegitimar totalmente a aplicabilidade e razão de ser das ações afirmativas raciais, conhecidas vulgarmente como “Cotas Raciais”. O raciocínio que se valem é simplista, se não existe raça por conseqüência o fenômeno social do racismo deve ser colocado em cheque e também as ações afirmativas de cunho racial, mas para compreendermos toda a abrangência desta discussão este argumento certamente não se estabelece como uma premissa válida.
        Não existem dúvidas em torno da não existência de raças, compreendemos que há apenas uma, que é a humana, da qual todos  somos integrantes. Contudo este entendimento não suprime o trágico passado do racismo, de sua formatação com base nas raças ditas “superiores” e “inferiores”. Sistema que organizou, dividiu e nivelou os seres humanos, criando conflitos entre povos e engendrando guerras. Por conseqüência, privilegiando contingentes humanos em total detrimento de outros agrupamentos, que detinham características fenotípicas distintas das sociamente apreciadas. Estes relegados em múltiplos segmentos estiveram a ainda estão à margem do processo de inclusão social digna.
        No Brasil o conceito de raças é usual, e não raro pessoas são alijadas de processos múltiplos de ingresso e acesso, tais como vagas para empregos e recrutamentos diversos, por não estarem compatíveis com os traços “raciais” valorizados, ou desejados. É possível pontuar tanto indígenas como os negros como os principais grupos que sofrem desta doença social fundamentada no conceito de raça, particularmente os negros em número maior, por questões quantitativas.
 Para compreendermos melhor este processo, reavivemos nossas lembranças para o fato ocorrida em uma das mais relevantes universidades de nosso país, UNB, Universidade de Brasília. Particularmente em seu  departamento de Antropologia. Episódio este que no faz rever a aplicação do conceito social de raça e sua vigência social atualmente.
Trata-se do “Caso Ari”, o acadêmico de Antropologia, Arivaldo Lima Alves, então doutorando em 1999, era o primeiro negro a ingressar nesta pós-graduação em 20 anos. O episódio fundamentou-se quando o estudante foi reprovado em uma das disciplinas do curso, fato este que comprometia sua permanência no doutorado. A situação tomou maiores proporções pois Ari, era um  ótimo aluno, havia obtido êxito em todas as outras disciplinas e recorreu junto às instâncias universitárias contra a decisão do professor que o reprovou. Houve um estudo pormenorizado do assunto, por parte de vários docentes desta academia e alguns mestres entenderam que a decisão de reprovação não apresentava fundamentações consentâneas. Abriu-se um processo universitário que se alongou por dois anos, que no seu epílogo, resultaram na revisão tanto por parte professor como da instituição que haviam validado a reprovação, sendo estes obrigados a aprovar o aluno Ari. Maiores informações a respeito podem ser encontradas no endereço http://www.scielo.br/pdf/ha/v11n23/a18v1123.pdf.
Casos como este tanto nos meios acadêmicos como na sociedade em geral não são raras exceções, o critério de raça ainda povoa o imaginário social, mediando às relações entre as pessoas e definindo critérios para ocupação de espaços. Indiscutivelmente estas pré-noções, que crêem em características inerentes, tanto intelectuais como psicológicas que por muito tempo foram utilizadas, sendo validadas em alguns momentos por códigos jurídicos e em outros momentos por códigos sociais, ainda viceja.
E não é a ciências decretando a inconsistência do conceito de raça, que fará sua expressão e materialização nas relações humanas, simplesmente e por magia desaparecer.
Portanto construir argumentos contrários as ações afirmativas raciais, postulando retoricamente que a idéia raças humanas não existem é um equívoco. A idéia de múltiplas raças humanas é falha no campo da genética e da biologia certamente, mas no campo social e no imaginário das pessoas infelizmente ainda permanece, e de acordo com as perspectivas vislumbradas se manterá ainda por um longo período.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

'A ciberguerra do Wikileaks',

por Manuel Castells

Publicado originalmente no 'La Vanguardia'

Como documentei no meu livro Comunicação e Poder, o poder se baseia no controle da comunicação. A reação histérica dos Estados Unidos e outros governos contra o Wikileaks confirma isso. Entramos numa nova fase da comunicação política. Não tanto porque se revelem segredos ou fofocas como porque eles se espalham por um canal que escapa aos aparatos de poder. O vazamento de confidências é a fonte do jornalismo de investigação com que sonha qualquer meio de comunicação em busca de furos. Desde Bob Woordward e sua garganta profunda no Washington Post até as campanhas de Pedro J. na política espanhola, a difusão da informação supostamente secreta é prática usual protegida pela liberdade de imprensa.
A diferença é que os meios de comunicação estão inscritos num contexto empresarial e político suscetível a pressões quando as informações resultam comprometedoras. Daí que a discussão acadêmica sobre se a comunicação pela internet é um meio de comunicação tem consequências práticas. Porque se o é (algo já estabelecido na investigação) está protegida pelo princípio constitucional da liberdade de expressão, e os veículos e jornalistas deveriam defender o Wikileaks porque um dia pode ser a vez deles. Ocorre que ninguém questiona a autenticidade dos documentos vazados. De fato, destacados periódicos do planeta publicaram e comentaram esses documentos para regozijo e educação dos cidadãos que recebem um cursinho intensivo sobre as misérias da política nos corredores do poder (com efeito, por que Zapatero está tão preocupado?).
O problema, diz-se, é a revelação de comunicações secretas que poderiam dificultar as relações entre estados (o perigo para vidas humanas é baboseira). Na verdade seria preciso sopesar esse risco contra a ocultação da verdade sobre as guerras aos cidadãos que pagam e sofrem por elas. Em qualquer hipótese, ninguém duvida que, se essas informações chegassem aos meios de comunicação, estes também quereriam publicá-las (se poderiam é outra questão). E mais: uma vez difundidas na rede, publicam-nas. O que está em questão é o controle dos governos sobre seus próprios vazamentos e sobre sua difusão por meios alternativos que escapam à censura direta ou indireta. Um tema tão fundamental, que motivou uma reação sem precedentes nos Estados Unidos, com apelos ao assassinato de Assange por líderes republicanos e até colunistas do Washington Post e uma grita mundial generalizada de Chávez até Berlusconi, com a honrosa exceção de Lula e a significativa reação de Putin.
A esta cruzada para matar o mensageiro se uniu a justiça sueca numa historia rocambolesca onde o pseudofeminismo se alia à repressão geopolítica. Dá-se que as namoradas suecas de Julian Assange (alguém investiga sua conexão com serviços de inteligência?) o denunciaram porque em pleno ato (consentido) a camisinha rasgou, ela diz que não queria continuar e Assange não pôde ou não quis interromper o coito e isso, segundo a lei sueca, poderia ser violação. O que não impediu que a violada organizasse no dia seguinte em sua casa uma festa de despedida para Assange. A partir de tamanho ato de terrorismo sexual, a Interpol emite uma euroordem de prisão com nível de alerta máximo, desmentindo que seja por pressão dos Estados Unidos. E quando Assange se entrega em Londres, o juíz não aceita fiança, talvez para envia-lo aos Estados Unidos via Suécia.
Com o mensageiro atrás das grades, falta mandar para lá a mensagem. E aí começam pressões que levam a que PayPal, Visa, MasterCard e o banco suiço do Wikileaks fechem suas contas, que cancelem seu domínio e que a Amazon o remova de seus servidores (o que não impede a Amazon de oferecer por 7 dólares o conjunto completo de e-mails vazados). A contraofensiva internauta não se fez esperar. Os ataques de serviços de inteligência contra a rede do Wikileaks fracassaram porque proliferaram as redes espelho, ou seja, cópias imediatas das redes existentes mas com outro endereço. A esta altura há mais de mil em funcionamento (se quiser ver a lista google wikileaks.mirror). Em represália à tentativa de silenciar o Wikileaks, Anonymous, uma popular rede hacker, coordenou ataques contra as empresas e instituições que o fizeram. Milhares de voluntários se juntaram à festa, utilizando o Facebook e Twiiter, embora com crescentes restrições. Os amigos do Wikileaks no Facebook superaram o milhão e aumentam a uma pessoa por segundo. Wikileaks distribuiu a 100.000 usuários um documento encriptado com segredos supostamente mais danosos para os poderosos, cuja chave se espalharia caso a perseguição se intensifique.
Não está em jogo a segurança dos estados (nada do revelado põe em perigo a paz mundial nem era ignorado nos círculos de poder). O que se debate é o direito do cidadão de saber o que fazem e pensam seus governantes. E a liberdade de informação nas novas condições da era da internet. Como dizia Hillary Clinton em sua declaração de janeiro de 2010: "A internet é a infraestrutura icônica da nossa era. Como acontecia com as ditaduras do passado, há governos que se voltam contra os que pensam de forma independente usando esses instrumentos". Agora ela aplica a si mesma essa reflexão?
Porque a questão fundamental é que os governos podem espionar, legal ou ilegalmente, aos seus cidadãos. Mas os cidadãos não têm direito à informação sobre aqueles que atuam em seu nome, a não ser na versão censurada que os governos constroem. Neste grande debate vão ver quem realmente são as empresas de internet autoproclamadas plataformas de livre comunicação e os meios de comunicação tradicionais tão zelosos de usa própria liberdade. A ciberguerra começou. Não uma ciberguerra entre estados como se esperava, mas entre os estados e a sociedade civil internauta. Nunca mais os governos poderão estar seguros de manter seus cidadãos na ignorância de suas manobras. Porque enquanto houver pessoas dispostas a fazer leaks e uma internet povoada por wikis surgirão novas gerações de wikileaks.
Tradução: Eduardo Graeff | Fonte: Blog do Esmael Moraes
www.app.com.br

Wikileaks, Julian Assange e a hipocrisia internacional.

Por Tautê Frederico.
Com a nova característica das informações de não mais terem barreiras, devido fundamentalmente ao advento da internet e suas parafernálias digitais, composta de sites, blogs, redes sociais e comunicadores instantâneos, percebe-se a  fragilidade dos sistemas de segurança internacionais. Esta realidade se comprova com a pluralização de informações privilegiadas, como as divulgadas pelo Sr. Assange.

Quando escutei inicialmente sobre estes vazamentos, sinceramente não atribui credibilidade, mas na seqüência, observando as declarações de múltiplos representantes, dentre estes nosso próprio governante maior, percebi que de fato o buraco aberto é grande e grave.
Estes informes, verídicos ou não e no momento, devido a repercussão e posicionamento de autoridades, creio serem todas verdadeiras, faz emergir uma grave questão. O discurso de cooperação entre nações amigas, a própria existência da ONU como mediadora de conflitos e interesses internacionais, não obsta uma postura bélica de dominação e utilização de informações de maneira espúria, para benefício de alguns grupos ou países.
Reforçando a idéia de que filmes como Syriana, A indústria do petróleo, não são apenas baseados em fatos reais, mas apontam uma postura atual e usual por parte das nações poderosas, que é caracterizada por trafico de informações de forma desairosa e sem critérios.
        Assange, desmascara nações e governantes, curioso perceber como os EUA, embora apresentem uma democracia consolidada internamente, continuem com práticas similares as das décadas de 70 e 80. Onde financiou, apoiou e legitimou regimes não democráticos e autoritários. Nos capítulos contemporâneos, seus “embaixadores” que mais se assemelham a traficantes de informações, fincam seus tentáculos em territórios estrangeiros visando apropriar-se de dados preciosas, postura que só atende a seus interesses.
        Justifica desta maneira, em certa medida, a postura transata de Hugo Chaves. Acusado múltiplas vezes de atentar contra a democracia venezuelana, quando expulsou de seu país embaixadores americanos.
        Cabe a reflexão a quem de fato estas informações serviriam e por que a absurda postura de prender Assange, bloquear seus fundos e absurdamente alegar como justificação, uma das motivações mais estúpidas dos últimos tempos. Onde estaria em cárcere por não ter cessado um coito, após o rompimento da caminha.
        O sociólogo Manuel Castells escreveu o texto “ A ciberguerra do Wikileaks”, e lá aponta o surgimento de um novo momento que é a guerra virtual. Penso eu que, seguindo sua linha, depois da primeira e segunda guerra mundial, surge à terceira, mas agora virtual, com poderes significativos, podendo alterar o curso das relações intergovernamentais de um punhado de países.
        O texo de Castells esta disponível em http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/artigo.aspx?id=5091

        

God

God

God is a concept,
By which we measure
Our pain.
I'll say it again.
God is a concept,
By which we measure
Our pain.
I don't believe in magic
I don't believe in I-Ching
I don't believe in Bible
I don't believe in Tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in Kings
I don't believe in Elvis
I don't believe in Zimmerman
I don't believe in Beatles
I just believe in me
Yoko and me
And that's reality.
The dream is over,
What can I say?
The dream is over
Yesterday
I was the dreamweaver,
But now I'm reborn.
I was the walrus,
But now I'm John.
And so dear friends,
You just have to carry on
The dream is over.

Deus

Deus é um conceito
Pelo qual medimos
Nossa dor
Falarei de novo
Deus é um conceito
Pelo qual medimos
Nossa dor
Eu não acredito em mágica
Eu não acredito em I-ching
Eu não acredito em Bíblia
Eu não acredito em tarô
Eu não acredito em Hitler
Eu não acredito em Jesus
Eu não acredito em Kennedy
Eu não acredito em Buda
Eu não acredito em Mantra
Eu não acredito em Gita
Eu não acredito em Ioga
Eu não acredito em reis
Eu não acredito em Elvis
Eu não acredito em Zimmerman
Eu não acredito em Beatles
Apenas acredito em mim
Yoko e eu
E essa é a realidade
O sonho acabou
O que posso dizer?
O sonho acabou
Ontem,
Eu era o tecedor de sonhos
Mas agora renasci.
Eu era a morsa,
Mas agora sou John.
Então queridos amigos,
Vocês precisam continuar
O sonho acabou.

Brasil terá de investigar guerrilha do Araguaia


A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil a fazer a investigação penal da operação empreendida pelo Exército brasileiro entre 1972 e 1975 para erradicar a Guerrilha do Araguaia. A sentença determina que o estado brasileiro deverá esclarecer, determinar as responsabilidades penais e aplicar as sanções previstas em lei pela "detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas, entre membros do Partido Comunista do Brasil e camponeses da região" envolvidas na guerrilha, no período da ditadura militar.
A demanda contra o Brasil foi apresenta à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em agosto de 1995 pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) e pela ONG americana Human Rights Watch/Americas, em nome de pessoas desaparecidas no contexto da Guerrilha do Araguaia e seus familiares.
A decisão coloca em evidência a divergência de posição da Corte Interamericana de Direitos Humanos e o Estado brasileiro em relação à aplicação da Lei de Anistia de 1979 e à punição de supostos violadores dos direitos humanos que atuaram na repressão política durante a ditadura militar.
Na decisão a Corte afirma: "As disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação dos fatos do presente caso, nem para a identificação e punição dos responsáveis".
A questão da aplicação da lei foi submetida ao Supremo Tribunal Federal que, em abril deste ano, por 7 votos a 2, decidiu contra a revogação da anistia para agentes públicos acusados de cometer crimes comuns durante a ditadura militar. De acordo com o relator da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental movida pela OAB, a anistia concedida em 1979 a crimes políticos e conexos cometidos durante a vigência do regime militar foi admitida na Constituição de 1988, por meio da mesma emenda constitucional que convocou a assembleia nacional constituinte, em 1985.
Para a Corte Interamericana, no entanto , o Brasil "descumpriu a obrigação de adequar seu direito interno à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, contida em seu artigo 2, em relação aos artigos 8.1, 25 e 1.1 do mesmo instrumento, como consequência da interpretação e aplicação que foi dada à Lei de Anistia a respeito de graves violações de direitos humanos".
Além de repelir a aplicação da Lei de Anistia brasileira, a Corte Interamericana reitera que "o Estado é responsável pelo desaparecimento forçado e, portanto, pela violação dos direitos ao reconhecimento da personalidade jurídica, à vida, à integridade pessoal e à liberdade pessoal, estabelecidos nos artigos 3, 4, 5 e 7 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos".
Para a Corte, o Brasil está em falta com o ordenamento jurídico interamericano, pois "descumpriu a obrigação de adequar seu direito interno à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, contida em seu artigo 2, em relação aos artigos 8.1, 25 e 1.1 do mesmo instrumento, como consequência da interpretação e aplicação que foi dada à Lei de Anistia a respeito de graves violações de direitos humanos".
A Corte diz ainda que o Estado brasileiro viola o direito à liberdade de pensamento e de expressão consagrado na Convenção Americana sobre Direitos Humanos,  ao impedir "o direito a buscar e a receber informação, bem como do direito de conhecer a verdade sobre o ocorrido com os desaparecidos na Guerrilha do Araguaia".
Além da investigação dos fatos e apuração de responsabilidades pelo ocorrido durante a guerrilha, o Brasil foi condenado também a fazer todos os esforços para localizar as vítimas desaparecidas, identificar e entregar os restos mortais aos familiares.
Entre as 21 determinações que o Estado brasileiro fica obrigado a se submeter, estão também as de promover ato público de reconhecimento de responsabilidade a respeito dos fatos em julgamento e de promover cursos de direitos humanos para os integrantes da Forças Armadas. Deverá também criar lei que tipifique o crime de desaparecimento forçado.
Clique aqui para ler a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a Guerrilha do Araguaia.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Alemão, UPPs e descaso generalizado do estado.

Acompanhamos recentemente o "triunfo" das ditas forças do estado no Rio de Janeiro, particularmente no complexo do Alemão e posteriormente divulgado pelo WikiLeaks, que esta intervenção já estava há tempos previstas, aproximadamente um ano, surge algumas questões candentes.

Ficamos felizes ao vermos os tanques e todo o aparato bélico militar apresentando-se quase como em um filme ou mesmo nos conflitos armados que pululam em todos os cantos do mundo. E quando o comandante maior da polícia militar do Rio de Janeiro anunciou que o complexo estava tomado foi o ápice do regozijo, como se todos os problemas do estado ou mesmo do Brasil estivessem sanados. Com a cobertura midiática, que compreendia praticamente toda imprensa, pareceu-nos que o destino da nação passava pelo triunfo da dita operação militar.

Com todo o discurso das UPPs, que parecem ser modificações importantes na história das comunidades do Rio de Janeiro, que diga-se de passagem eram denominadas favelas e eufemisticamente passaram a chamar-se comunidades, sofreriam avanços graves, será?

Além das recorrentes denúncias de abusos policiais como sempre sobre os mais fragilizados socialmente, aventamos não sem razão a questão:  toda esta movimentação atende a quem, a que interesses? Espero sinceramente que não seja apenas pela Copa do Mundo ou das Olimpíadas que se aproximam, embora tema que este seja uma das principais motivações.

Li uma colunista da Folha que colocava um dado importante, em um agrupamento populacional tão significativo como há neste complexo habitacional, existem apenas duas escolas. Sabemos que o estado lavou descaradamente as mãos em relação a este povo e hoje o crime organizado cumpre quase que integralmente o papel do estado/governo, organizando e mediando as relações humanas destas localidades. Agora cumpre ao estado, não apenas mobilizar todo seu aparato bélico.

Se a nação não colocar para funcionar toda sua estrutura social, criando uma malha de proteção e de promoção social para esta população, certamente no período de 2 anos, talvez um pouco mais ou até menos, a lógica atual se apresentará. Cabe ao governantes e sociedade organizada, não apenas combater os narcotraficantes, mas a chaga social, que é a polícia corrupta do Rio de Janeiro e suas milícias que hoje lá prosperam.

Estes são os desafios verdadeiros, promoção social para o povo, combate às verdadeiras trajédias locais e por favor, parem de nos engambelar com a história de que os "Barões do Tráfico" estão nos morros, estes certamente estão na Zona Sul do Rio ou mesmo no exterior. A grande maioria lá, dos que estão no morro, lutando com a polícia são "bucha de canhão", que ganha um pouco mais de dinheiro aqui para jazer lá na frente.

O passado e Carlos Mariguella

Hoje, revirando como sempre o youtube, deparei-me com um importante documentário sobre a vida de uma  figura histórica de nosso país. Seu nome Carlos Marighella, o documentário sobre a vida deste revolucionário foi feito pelo bravo Sílvio Tendler, que já contribuiu para nosso crescimento intelectual com outros trabalhos, tais como o material produzido sobre o emérito professor Milton Santos, "Por uma outra globalização - o mundo visto do lado de cá".

Já tendo assistido o filme de Helvécio Ratton, Batismo de Sangue, que também retrata a vida do comunista Marighella, além da película de Bruno Barreto, " O que é isso companheiro", recordei do momento, em que nesta último filme, a atriz Fernanda Torres contracenando com Pedro Cardoso, lembra que Gil em um de seus discos gritava o nome de Mariguella.

Tomando sempre o cuidado com os processos de endeusamento, dos quais somos sempre signatários, a história deste indivíduo toucou-me, não apenas por sua bravura e resistência face aos processos de tortura que padeceu, mas na credibilidade que ele tinha em relação ao Brasil e aos processos democráticos.

Em 64 quando um bando de militares tomaram o poder, pelo temor do Brasil tornar-se uma pátria comunista, este homem  engajou-se na luta armada e acabou assassinato com um punhado de tiros, pelos nossos homens fardados. Como consta em nosso hino ele de fato seguiu o refrão "...ou deixar a pátria livre ou morrer pelo Brasil.."

P.S.: Esqueci de citar o nome do documentário que é Marighella - Retrato Falado do Gurrilheiro, que pode ser visto integralmente em http://www.youtube.com/watch?v=aP7PDWsVgUA.


Grande abraço!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Postura de nosso atual Governador.

Muito curiosa a postura de nosso Governador Orlando Pessuti, que há alguns meses, curiosamente antes da eleição afirmou categoricamente que pagaria os averes atrasados nos professores e funcionários da educação pública do Paraná. Mas não pagou, alegando que as finanças do estado estavam se comportando de maneira não satisfatória.
Estranho pensar se há 3 meses havia  verba para pagamento, porque agora não existe mais? Como aproximadamente 51 milhões, o montante necessário para pagar-nos pode simplismente não mais existir? Ou foi destinado para outras questões.

Estamos no aguardo.

Como diria o ex-deputado Rafael Greca e Viva nosso Governador.

Iniciativa de Criar um Blog

Já há algum tempo pensava em criar um espaço onde pudesse expressar algumas opiniões sobre atualidades e temas sobre os quais gosto de escrever. Uma amiga incentivou-me a fazer isto e aqui estou, mas este espaço também destino a troca de idéias e opiniões sobre questões relevantes de nossa sociedade. Filosofia, ciência, educação e religião, assim como ecologia são temas a serem tratados aqui.


Grande abraço.


Tautê Frederico.